Más, que pedra!

18 julho 2011

“Corre ali embaixo
uma fonte que é limpa como o vidro
e fria como uma noite de geada.”
Alvares de Azevedo - Macário

Há tantas pedras neste mundo
Capazes de elevarem o homem
Capazes de descerem o homem
Pedras tão frias como a água da Itambé
E pedras frias que causam a morte

Há pedras que enriquecem
Que brilham como um cálice do cristal nobre
Que acompanha sempre aquele espírito pobre
São pedras que mantém a morte

Há pedras que julgam seus honorários
São pedras lançadas por seus pecados
Mas que ao ouvir a sabedoria, escorregam dos dedos
Apenas dos praticantes alienados

Há pedras que quando viradas
Queimam como o mármore do fim(nado)
E para quem as pedras acendem
Torna-se vivo mais um alucinado

Há pedras que não se movem
Pedras que se esfarelam
De outras pedras filosofais
Pedras que deixaram os mares
Pedras agora, profanais!
Nadem do seu nada
Para que construam um novo cais.

Stênio Santos